destemida

Eu não tenho medo de abismos. São eles que fazem os picos mais altos dessa curta passagem que chamamos de vida.
Eu não tenho medo do escuro. São as sombras que fazem a surpresa - na maioria das vezes deliciosa - que temos ao acender a luz.
Eu não tenho medo do desconhecido. É sempre em um novo livro que desmascaramos os pontos de interrogação - os quais muitas vezes nós nem sabemos que existem.
Eu não tenho medo de gente. Os seres humanos são misteriosamente surpreendentes.
Eu não tenho medo do inédito. É moradia da sabedoria.
Eu não tenho medo de riscos. Os aprendizados precisam sair de algum lugar.
Eu não tenho medo de cicatrizes. São elas que nos fazem mais fortes e contam uma bela história no final.

Eu não tenho medo. E isso às vezes amedronta as pessoas.

tohavefaith

Eu tenho um defeito muito grande que é, ao escrever, misturar muitos assuntos e não me estender de fato em algum deles. Estou tentando ser mais calma; e confesso que apesar de todos os pontos negativos do meu atual emprego, ele me deu um pouco mais de paciência e tranquilidade ao pensar/transmitir/focar/planejar. Então, vamo lá.

Nas minhas viagens diárias pelo mundo virtual, encontrei o Doutores da Alegria. Acredito que eu nem precise explicar o que seja, já que eles são bastante conhecidos pelo mundo inteiro. Mas, na própria definição do site: "Os Doutores da Alegria são palhaços que fazem de conta que são médicos para crianças que fazem de conta que acreditam." Porém, não estou aqui para falar deles, e sim dos doentes, não importa se foram atendidos pelos palhaços ou não. No site, existe uma parte de depoimentos de pacientes, divididos por temas. Eu fui direto no 'morte' - que relata a experiência daqueles que quaase foram para o outro lado - e 'religiosidades' - que conta como a religião ajudou no processo da doença e tratamento. Sempre achei esses dois tópicos estranhamente (ou obviamente? depende da mente) ligados. Depois de muito ler e pensar, separei esses dois para citar aqui:

Nome: Beatriz
Memória: Sempre existiu essa fantasia, quem entra em coma, volta, fala o que fez, a passagem toda, não sei o que, vê luz, encontrou não sei o quê. Eu não lembro nada. Eu falei: ”Putz! Se eu tivesse morrido, eu não ia nem ter sabido! Daquela vida!”. Nada, assim, some “Fuuu!”. Desaparece. Ao mesmo tempo eu tenho essa sensação de que houve um momento em que houve uma escolha. Eu disse: “Não. Eu vou ficar”. Então você fala: “Como assim? Onde se processa? Talvez seja em você mesmo”. Muita coisa foi questionada, ao mesmo tempo eu disse: “Eu nunca fui uma pessoa religiosa”. Mas eu falo: “Putz, eu sempre... Eu não acreditei na morte não”. Eu não acreditava na morte eu acho. Porque o fato de ter vivido, e a sensação de solidão. Essa solidão era angustiante. Era uma sensação muita forte de solidão. Eu tinha uma solidão, em algum momento ali, que eu não sei...

Nome: Marlene
Memória: Eu acho que o centro me ajudou muito. Fiz um tratamento espiritual, já tive alta. (...) Passes, só passes. E estou estudando bastante a história de Jesus. (...) Lá a gente fala bastante sobre reforma íntima, que é você quem tem que procurar... Jesus falava que o tesouro dele não estava aqui na Terra. Você tem que colher coisas para seu espírito, para sua alma, porque a matéria, daqui a gente não leva nada. Então o que eu puder colher e fazer o bem, eu vou colher, vou crescer espiritualmente. Isso tem me feito muito bem, esse detalhe da reforma íntima.


Acho instigante. O engraçado, é que até os desacreditados, ao falarem da experiência de colocar um pézinho no céu, citam religiões ou Deus. Só o fato daquele parêntese - 'ah, nunca tive religião' - já diz muito sobre a fé, ou a falta dela. Não sei você, mas quando eu chegar no meu momento decisivo, acho que vou pensar muito no que tem do outro lado. Vou lamentar muitíssimo deixar esse mundo pra trás, e tudo que a vida pode me proporcionar e as pessoas que eu amo; mas, confesso que talvez eu fique excitada e curiosa pra saber o que tem naquela tal luz. E esse lado, está diretamente ligado à fé. Quem não gostaria de acreditar que ao bater as botas, vamos encontrar aquele parente querido que faleceu há alguns anos? Quem não gostaria de acreditar em algum Deus, para no exato momento de acontecer, parar de sentir medo e sentir conforto por saber que a morte não é um bicho-papão?

Essa fé provém não somente de um Deus. Essa fé é a nossa segurança.

A mente é perspicaz. Ela é um emaranhado de enigmas. E eu acredito fielmente que ela é capaz de mover qualquer sentimento - bom ou ruim -, podendo confortar o pior. Pra mim, a fé em Deus [insira aqui o Deus de sua crença] nada mais é do que a fé em si mesmo. O ser humano tem muitas dificuldades no decorrer de sua vida; e às vezes fica complicado ter forças pra pensar positivo, pra solucionar um problema, pra deixar as coisas leves. Pegue uma oração. Uma reza. Um mantra. São palavras ditas com força, com fé que alguém lá em cima vai transformar quem está aqui embaixo soltando a voz. E palavras na mente de uma pessoa tem um poder enorme. Eu creio. E essa força que acabamos pedindo à Deus [insira aqui o Deus de sua crença], acaba sendo a nossa própria força. É a nossa lavanca.

Então, independentemente de religiões, é saudável crer. Crer em algo maior do que nós mesmos. Se Deus existe ou não, eu não sei. Mas, quando chegar a minha hora, eu não quero questionar. Eu quero paz. Eu quero crença de uma continuação.

Solidão não.

27 de agosto de 2009

we've come full circle

- "Do you remember me?"
- "Yes, Julia?"

October 13th, Leblon/RJ. I really don't know how long this feeling will last. I keep seeing videos, pics like these, of her giving me a hug and I still think is a joke. No irony intended. I've been through hell this year (no dramas, I'm ok) and to have lived all of this was... nothing will ever pay the feeling of meeting someone - one of them - who inspired you all your life. If it sounds like i'm a groupie? Then let it be! Even for me, I hate this kinda thing. It's more than that: it's admiring, respect, and mostly: GRATITUDE. Yes, music CAN change people's lives. And I wish all the world could feel what I feel when I listen to any note in any instrument... everything good I have in my life today, music gave it to me. So, if this is being a groupie, bring the document and I'll sign it with all the pleasure I have in my soul. Love, respect and admiration. And eternal gratitude for such good feelings that music provides.

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13 de outubro, Leblon. Não sei até quando essa sensação vai durar. Vejo vídeos, ou fotos como essa, dela me abraçando, e parece piada. Sem ironia. Eu passei por um ano do capeta (sem dramas, tô bem) e ter vivido tudo isso foi... nada no mundo paga você conhecer a pessoa — uma delas — que te inspirou a vida toda, ainda da forma que eu tive a sorte de conhecer. Parece tietagem? Que seja então! Até pra mim, que odeio esse tipo de coisa. É mais do que isso: é admiração, respeito, e principalmente GRATIDÃO. A música pode SIM mudar a vida das pessoas. E eu queria que o mundo todo sentisse o que eu sinto quando ouço uma nota em qualquer instrumento... tudo que eu tenho de bom hoje, a música que me trouxe. Então, se isso é ser tiete, traz o doc que eu assino e mando registrar. Amor, respeito e admiração. E eterno agradecimento por tantos sentimentos do bem que transmite.

A visit from Sharon Corr - Part II

So, we survived this epic and bizarre (good bizarre) week.

It started off, like I said, in Rio. We were all overwhelmed with all the goods in Livraria Travessa - talking to Sharon, playing for her... it was all beautiful and hard to believe it was really happening.

Up until São Paulo - where she had her second signing at Livraria Cultura. But before that, let me just mention how thrilled I was when I saw her tweet about my post here - it was basically... PUTAQUEPARIU (ok, that's me swearing in Portuguese, nevermind). I never in my life imagined a Corr reading one of my writings. Like I said in Max's documentary about the fans - I've never learned how to play any instrument even thou I love music more than life itself, but I always wrote - since I could hold a pen in my hands. And I feel like... that's my art. And to see one of your favorite artists, who you admired most of your life, talking about it and showing the world what you did... that's just literally breathtaking. I was shocked and overwhelmed. And as I couldn't be at the signing 'cause I was working that day, I asked Rafa to thank her in person for me. We talked about him calling me at the time just for me to listen to their conversation, and in fact he did. But what I couldn't imagine (I believe this sentence will show up a lot, 'cause there were lots and lots of things we could never imagine going on) was to listen to Sharon herself on the phone saying "hi Julia". No, that wasn't planned! She was kind enough to talk to me for a few seconds, saying that it was all really lovely and thanking me. Thanking ME? I had to thank her for everything! By the way, thanks again Max, for recording this on video - I can hear now every word she said, thank you thank you thank you. And Rafa, for letting me spend a few seconds of your own with her, even if by phone. It was definetely... just thank you.

After that, Ana called me and told me they all played two songs for her, that it was amazing. And in my mind it was a small group playing, just like Rio. For my surprise, when I saw the video, it was huge. It was so much more than what I thought, and I was so glad for all of them. When I left my work, at 10pm, I ran into my house to get my stuff and go sleep - oops, not sleep - with my friends. They were all watching the video and I simply couldn't stop crying. It was so beautiful and Sharon's reaction couldn't be more genuine and lovely to see.

(the link, couldn't post the video here: http://www.youtube.com/watch?v=Rivgl4VNvMM&feature=share)

I remember she left the bookstore saying we were killing her with love. But it's quite the opposite, actually - she was the one responsible for all the love we could carry for music, for Corrs, for her.

The gig. Once again, and I don't know how many times I will repeat this statement: never thought I'd watch a Corr live one day, specially in Brazil. It was gorgeous. The setlist was perfect. For me, the highlights were Full Circle, Mna na Heireann (GORGEOUS Irish flag behind the musicians!), Ears Painted On (what a surprise, I love this song), Smalltown Boy, the three covers - As Rosas Não falam (Cartola, standing ovation, a-ma-zing), Woodstock (gotta say how much I love Joni Mitchell and how much I loved this moment - specially when they add a little bit of Garota de Ipanema on the piano) and Dream a little Dream of Me (her voice, the arranje... perfect). And of course, Corrs classics, such as Radio, Dreams, Joy of Life and So Young (I still cry when I remember I heard these ones live, right in front of me).

It was beyond our best expectations. I can't put into words what I felt in both gigs. I can be pretty tough around people, but music touches my heart and soul in a way that only God can explain.

And that's exactly the point where I wanted to get.

Sharon's solo career is solid. Like a rock.
And we couldn't be more proud! We'll always be thankful for all the Corrs did to our lives. Hope one day Jim, Andrea and Caroline see our love for them also. But Sharon, if you ever read this again, thank you so very fuckin' much for being who you are, as humble and lovely as possible. You attention and care with us was unreal. We've never had moments like that in a seven-day period. It was way beyond our craziest dreams. Your new album shows exactly who you are as a solo musician and we couldn't be happier. Your stage presence is amazing and that's exactly where you should be: at the center, being a rock star.

I wanted to write more about the interview that you kindly gave us, but I'll let it be a surprise for when the documentary is done. All I have to say is: thank you for the amazing words. Nothing can explain this love-to-love relationship that you have with us, Brazilians fans. The connection through music - and I believe I can speak on behalf of all of us - is whats makes you safe and us... mesmerized.

I'm blessed to have such good friends sharing these moments with me. We could share the same feelings, the same love, the same vibe. I never had a chance to thank them enough, because I was so over the moon with the fact that I was fullfilling a dream by seeing a part of my favorite band live. Our friendship goes beyond, and that's because we understand each other through music. To see the look in their eyes during this whole week was priceless and I would do everything again just to live this moment one more time.

Rafa and Ana - you guys are something else, we could never get anything done without you two. Your love for each other brights the love you both have for music and that makes us love you even more. Ana, you deserved a flower at the end of the show yelled by your name and you know why! Since I first met you, I keep telling you that. You're special.
Dani Max - your determination is admirable. You know what you want, and you go and do it. You deserve everything that happened to you over this week and more. Can't never thank you enough for everything you've done - and will be doing by the next months, it's not over yet!
Gra, Theo, Rique, Dani, Vivs, Ivo - your joy is my joy. Your happiness is my happiness. Time flies with all of you, and I hate-love that. 'Cause I don't wanna miss any moment with you when you're around. It's always a blast and jumping and singing So Young with you all was a moment I'll never forget.
Ana and Eloisa - my beautiful sisters. Eloisa was at a Borrowed Heaven tour in 2004 (I was only 16 yrs old) and I can remember exactly how was the day - she was crying on the second row in Birmingham and I was crying here in Brazil listening by the phone (the phone, this magical thing, always helping me, lol!). And Ana - who lived in Dublin in 2009 and were able to see Sharon playing for a radio station and also met her at this occasion and her father, Gerry Corr, in a visit to Dundalk.
Karla - my first connection with Corrs online groups in 1999. I'll never forget the first moment we talked and now, 14 years later, we could see two concerts together. I love our 'childhood' and I love what we lived during these last couple of weeks.

So many stories I can't even write them straight.

Again: Sharon, Henry and Ania - thank you so very much for everything you've done since September. It's not a dream, it's insanity! lol.

Music Brokers - Fabiola, Paulo: our big THANK YOU SO MUCH! Without you guys, we could've never done anything like that.

Livraria Travessa, Livraria Cultura - letting us play for her and being so kind... it was moments we'll never forget and that's because you guys allowed us to do it. To play to our inspirational artist is beyond surreal.

No words can describe what we felt over these last couple of weeks. We can hear violin's strings, whistles, bodhrans beats... and we can feel. Like Dani said: If we could explain, we woudn't feel it. So I'll just be silent now.

Countdown for 2014 in 4, 3, 2...

a visit from Sharon Corr

First of all, let me warn you that this is a personal text.
And yes, it’ll be in English – so everyone can read.

And it’s about music. I’ve been listening to music probably since I was in my mom’s womb. My dad is a musicmaniac, my grandpa was a percussionist – so, yeah, I grew up in a house full of it every day, as loud as possible. Each and every kind – coming from MPB, pop-rock, classic rock, jazz, blues, soul, samba, bossa nova and so on.

I remember one of our first DVDs was Burt Bacharach and Friends. I was, maybe, 8 years old? Yeah, and already listening and loving Burt – kinda weird for a kid that age, right?! Consequently, Dionne Warwick, between others. I was lucky enough to have a really special aunt who gave me a ‘cavaquinho’ (typical Brazilian instrument – like a guitar, but smaller and with less strings, similar to ukelele) when I was very little. Not so lucky, because I never learned. After some time, I decided I wanted to study keyboards. And left my classes in about a month. And that’s the only real regret I have in my life.

When I was about 11, I chose what kind of music I really liked. It was 1999 and The Corrs MTV Unplugged was on the TV. Immediately I thought it was a beautiful scenario, gorgeous women and fantastic musicians. And from then on, it was my everyday soundtrack. The violin, the whistles, the percussion, piano… it was all so well put together, I couldn’t believe the beauty of it. And of course, I discovered Ireland and fell in love with the country immediately. Since then, it is my dream to meet every corner of this magic place with so many beautiful spots.

Anyway. I live in Brazil, and the Corrs never made it here. It was never a huge success, even with a fanbase, it wasn’t enough to bring the whole band to play here. I got over it and thought: ok, I’ll watch the DVD’s and that’s it.

Ok, this was only the introduction. Let’s talk about the real deal here: Sharon Helga Corr.

She was the violinist on the Corrs – the soul of the band, as I said not so long ago on her own official website. She recorded a first solo album in 2009 and we were all overwhelmed with the news. With the new social media contacts, it was pretty easy to reach her through the internet. Suddenly, she discovered Brazil and how much she – and her music – is loved here.

We have a very strong fanbase in the country – we meet twice a year to play Corrs’ and Irish traditional songs in a huge park in São Paulo – Ibirapuera. It’s always fun and energetic. For those who don’t know about Brazilians personality, we tend to be very passionate about everything. In this case, music, of course. And when she released her first solo record, we decided to make something special for her. And well, it worked! It took her four years, but she got here!

She gave us the honor to have in hands her second album before anywhere else in the world. She gave us the honor to open her tour in São Paulo – and not only this, but to record a live DVD in the city. And mostly: she gave us the absolut pleasure to meet this lovely, extremely humble and beautiful person face to face. Not to mention the incredible musician that she is.

Starting by this, we had our very first opportunity to see her playing live in a TV show. We couldn’t believe that was happening, it was beyond our most imaginative minds. We get old, pass through the teen years – but for me, when it comes to music, there’s no such thing as age limit. After watching her playing Dreams and her new song We Could be Lovers, we were able to have a quick chat with her. It was a blast. And then, the day after, we went to the 89FM radio station to watch her interview and listen a few acoustic songs. She was there, three steps away from us. Singing incredibly, I could never imagine in a million years that Sharon had that control and also emotion in her voice. I don’t know much about music technique, but what I do know is when you can match emotions with voice control, man, you got it. She was always on the side of the stage, being a rock star with her violin – but her voice, I don’t think any of us could ever imagine such thing. To me, it was perfect.

Anyway. We knew she was coming to town to the live gigs and it was a fuckin’ blast (sorry for my mouth, it can be very dirty sometimes). People from all over the country buying tickets to fly to São Paulo, tickets to the shows. Everyone is really excited and really looking forward for these two days.

Again, I lost my track here.

There was going to be a signing in a bookstore in Rio de Janeiro and some of my friends were going and I wasn’t sure. What the hell? I won’t be able to go in SP (where I live) and I have a chance to spend a beautiful day in Rio and after that talk to Sharon again. But I could never imagine what was coming next…

It was a gorgeous day, we were at the beach talking and having fun all afternoon. So, we went to the bookstore and they started the line to wait for Sharon. My friends - they all play violins, so they were carrying it for her to sign it. When someone had the idea they could play it and the store lady gave us the ok. We started some Irish tunes (recorded by Corrs and Sharon) and when she was coming… she gave us a beautiful smile and applauded.

The signing began and it was all fantastic. To be able to see the look on my friends’ faces was priceless. Most of them learned the violin because of her – so that was an unique moment for them and I’m so glad I was there to witness it. It was beautiful and genuine. I didn’t know whether I looked at Sharon or my friends. When it was my turn, I was shocked she remembered my name and so so happy about it. I asked her for an autograph for my sister’s CD and also gave her a Brazilian album that, in my opinion, is a masterpiece and everyone should listen to. By the way, everytime I hear Take a Minute I wonder if Sharon ever heard ‘bossa nova’. There are so many Brazilians touches in this song. Maybe I’ll ask someday, right?

After all the signing, the bookstore’s manager asked us to play a last song for Sharon. Are ya kidding me?! Playing for Sharon Corr? Seriously? Jaysus! I don’t know what got into us, but we did it. It was a very genuine moment and I can remember Sharon’s face to everybody. She looked right into our eyes and that’s a moment I’ll never forget. After the song finished (Erin Shore), she was sweet enough to give us a ‘group hug’ and take a picture together.

When I was ready to leave, my friend Dan started to play on the violin the intro of Haste to the Wedding and I started crying like a child. I don’t get nervous around her, I’m not a crying person in that aspect – but when it comes to music, I can’t handle it (the first time I saw her literally in my face playing the violin during "Dreams" I cried like a baby. hopefully she didn't see that! lol). I was listening to that beautiful song just after the violinist of my favorite band since I was a child called me by my name. Crying, crying, crying. And Dan pulled me and said: let’s go and give her our last hug. There was no way out and yep, she saw me crying. I don’t like to cry in these kinds of events, but it was stronger than me. She hugged me and I apologized for crying, explaining that this music was part of my childhood and I always get emotional. And that’s when she answered me: and also your adulthood, Julia!

That's when I realized it was ok to cry in front of her. Because that's what music does for me. It gives me chills, happiness, joy, love... even sadness, a good sadness. It's what makes life better, so much better. That was it for me. Amazing, speechless, I didn’t need anything else.

October 13^th, 2013. It was an honor, and we will never be thankful enough for all Sharon has done for us. Not only her, but her crew: Henry and Ania. Henry, always so nice and gracious, giving us all the support we could have. And Ania – so considerate even if by email, an ocean apart from us.  As I said, and I’ll do it again, we’ve been waiting for something like this to happen since we were children. But like THAT? We could never imagine, even in our wildest dreams.

I truly and genuine believe that the passion for music pushed us together – the fans’ and Sharon’s.

Sharon, I don’t know if you’ll ever read this, but if you do: thank you so much for keeping the music alive in you. We’ll never be able to thank you ALL enough for everything so far – and what’s yet to come!

We can see clearly in your eyes your love for what you do. And that love for music is what pushes us forward, and I believe is the same with you. I use to say that I don’t have faith in human beings, that they’re only hungry for profits and I can genuinely affirm that that’s not your case. I believe you can see our passion for music. And together with yours, that's the connection. We understand each other through music, through the passion and motivation we all have to keep going in this rough world we live in.

Another thing I always say (and I’ll never forget the moment I talked about this with Ana [Dundalk] during a Paul McCartney’s gig in a stadium) is if everyone gets together in peace like they do with music, the world would be a much better place. When we were there, I could feel heaven. Just like I do when I listen to any song.

Hopefully this is just the beginning of a lovely journey and it will continue to be, as long as we can keep our love for music alive. Which for us, personally, is very easy!

I don’t think I have any other words to say besides a huge thank you. For changing our lives through your music, for giving us the opportunity to meet amazing people, for making us believe that the impossible is only a matter of opinion.

Your love for music makes us love music even more.
And there’s no therapy or medicine better than that.

“Without music, life would be a mistake”, once Nietzche said.
And I couldn’t agree more.

 Sharon arriving at Livraria Travessa - RJ

 Video from our moment playing Erin Shore for Sharon

desejos

Sempre quis ser cantora. Bem, tarefa impossível já que, infelizmente, não nasci com o dom para. Ultimamente (essa ninguém sabe), desde que descobri Fábio Porchat e o seu Porta dos Fundos, enfiei na cabeça que quero ser atriz. Acho maravilhoso o dom do humor, roteiros criativos, essa vida louca que deve ser de brainstorming pra televisão. Cabeças no céu, na terra, no inferno, no arco-íris, no polegar do godzilla, na ponta da ponte estaiada, no meio da Meg Ryan e do Tom Hanks enquanto se encontram no Empire State. Soltar as caraminholas e fazer o impossível palpável - e ainda! agradando a tantos -, deve ser uma sensação única. Algumas pessoas já me disseram para eu entrar no meio artístico, fazer teatro. Mas sabe quando aquele bichinho fica gritando na sua orelha: "aham, até parece, volta pro seu cantinho, volta."?

Pois é.

Sempre quis ser colunista também. Escrevo desde que aprendi a ler. Já escrevi poesias (que hoje não suporto - com exceção de Vinícius e Drummond), comecei inúmero livros, cartas então... são incontáveis, e as minhas preferidas. Acho que por isso o desejo em escrever colunas para jornais/revistas. Reflexões sobre o cotidiano, rotina, pequenos acontecimentos diários são os assuntos mais fascinantes pra mim. Em como esses mínimos detalhes transformam nosso modo de viver e principalmente enxergar a vida. E a (in)consciência humana, então?! Essas são minhas preferidas ao colocar a caneta na mão - ou os dedos no teclado, claro. Fora os problemas socioeconômicos do Brasil e do mundo - esses que tanto me revoltam e tanto me fazem querer gritar pro mundo minha opinião e tentar ao menos colocar algum senso de bom senso (com o perdão da redundância) nas pessoas. Influenciar a maioria - acho que é esse o maior objetivo. Já iniciei Jornalismo e nunca terminei. Sonho. "volta pro seu cantinho, volta."

Também sempre quis trabalhar em hospitais com pacientes oncológicos em estágio terminal. Por isso eu também iniciei Psicologia. Acho fascinante o que uma pessoa pode fazer por outra que está morrendo; sendo ainda por uma doença tão filha da puta. Ela simplesmente muda o fim de uma vida - e isso, se não é honroso, é minimamente gratificante. Essa eu ainda posso concluir, trabalho voluntário não faz mal a ninguém. Ficarei no meu cantinho então, esperando pelo momento certo.

Aí me apaixonei pelo marketing. Na verdade, me apaixonei pelo modo como podemos nos apaixonar por uma marca e fazer de tudo por ela. Acho que isso entra no relacionamento com o consumidor - mais uma vez, o ser humano no meio da história. Adoro criar, inovar, desenvolver peças e principalmente valores. Ainda quem sabe eu volto...

Mas bicho, cês nem sabem que eu também sou louca pra fazer medicina. Queria ter umas três vidas - uma só para estudar o corpo humano e poder salvar e gerar vidas. Me enfiar no meio dos livros e não sair mais. "volta pro seu cantinho, volta."

E dançar?! Ai como queria tempo para treinar como treinava antigamente! Lava a alma, santifica o corpo, alegra. Queria aprender a tocar piano, flauta, violino e violão. E pandeiro! A cuíca eu já sei a manjada, só falta ter uma de verdade. "volta pro seu cantinho, volta".

Gostaria também de alguns anos para viajar pelo mundo. Irlanda, Escócia, Inglaterra, Polônia, Israel, França, Itália, Alemanha, California/Chicago/NY mais a fundo - BROADWAY!, Suíca... o mundo! Mas não como férias, turismo. Gostaria de morar um pouco em cada cidade. Ver cada modo de vida, cada trejeito e manias. Trabalhar, viver, me apaixonar, me decepcionar. Tudo em cada um desses lugares. "aham, volta pro seu cantinho, volta."

E sabe o que mais?! Queria casar, ter minha filha, uma família, ser feliz numa vida simples. Essas que a maioria almeja, essas que tantas tem.

Quero tantas coisas que mal cabem num texto, quem dirá numa vida. Tão curta como a de um ser humano. Escolhas são terríveis, pois pedem renúncias. Não dá para abraçar o mundo, infelizmente. Já não sei por onde começar a escolher, pois o meu coração está em todas essas opções acima. Enquanto isso o tempo vai passando e eu mal percebendo que já estou com quase 26 anos na cara sem rumo algum.

Enquanto isso dou aulas de inglês, tomo minha cervejinha com os amigos no fim de semana... e sonho. E leio Rilke, tentando fazer do meu dia a dia um pouco melhor diante de tantas dificuldades e obstáculos.

E assim... espero o vento dizer.

"As coisas em geral não são tão fáceis de apreender e dizer como normalmente nos querem levar a acreditar; a maioria dos acontecimentos é indizível, realiza-se em um espaço que nunca uma palavra penetrou, e mais indizíveis do que todos os acontecimentos são as obras de arte, existências misteriosas, cuja vida perdura ao lado da nossa, que passa."

Rainer Maria Rilke

cartaaumamorperdidoII

31 de maio de 2012.

Você não sabe nunca vai saber talvez nem eu mesma tenha a exata noção do quanto eu quero ficar com você. Toda noite quando deito pra dormir - ultimamente, equipada com os tampões e a máscara que me deu (que inclusive tem seu cheiro, já te falei isso?) -, fecho os olhos e vejo a nossa cama, você me abraçando e me beijando a nuca de boa noite. E eu sem porra nenhuma no ouvido e nos olhos, pois você seria a paz que eu preciso pra pegar no sono todos os dias. Todos os dias quando acordo lamento a minha realidade insossa e desejo que você esteja ali na minha frente, me acordando com beijos, pois eu sei que vou me atrasar todos os dias até morrer.

Todo lugar novo que vou e acho bacana, quero te mostrar e lamento porque não sei que dia você poderá ir comigo. Toda comemoração de aniversário de algum conhecido que vou, desejo o dia que poderá ir comigo. Toda sexta-feira a noite, quando saio da faculdade e vejo todos felizes pois 'o namorado está indo buscar' ou porque estão indo 'encontrar o noivo', imagino que dia vou chegar numa sexta feliz pois sexta será sinônimo de ver o amor da minha vida, de abraçar o cara que eu amo sem ter hora pra soltar. Todo domingo a noite preguiçoso que procuro um filme pra assistir me pergunto quando poderei assistir um no seu colo e desejo isso com força. Todo inverno que passo frio me pergunto quando poderei te ter dormindo comigo. Toda e qualquer evolução do meu afilhado me pergunto quando é que você vai ver de perto - pois tem essa coisa, quando eu amo muito algumas pessoas, quero que elas se conheçam e façam parte do meu mundinho de pessoas que eu amo tanto e eu só quero ser feliz com todas elas.

Você não imagina nada disso, pois na real, nem eu sei a dimensão exata desses sentimentos, tão grandes eles são. Cê sabe que eu quero tocar piano um dia? Quero estudar piano no nosso apartamento de cu que teremos, e você vai se irritar tanto com meus treinos, eu vou tocar tanto - mas quando eu aprender a tocar direito minha primeira música inteira é pra você que eu quero mostrar. Eu quero ir pra França, sempre quis e isso nunca vai mudar - mas o sonho agora é ir com você. Chegar lá com você, cheirar Paris com você. E não é só a França, é o mundo todo, tudo aquilo que a gente já disse: férias e o escambau, tudo com você, pois só você me faz rir do jeito que faz, só você me ama do jeito que me ama, só você que eu amo do jeito que eu amo. Só vc me aceita pulando e dançando ao brincar de elástico pq é 'legal' aquela parte que tem que usar o dedinho.

Sabe, é por isso que me frustro tanto e fico tão puta: tamanho desejo que tenho em te ter full time na minha vida. Quero você comigo, meu, meu velho, meu cara, meu homem, MEU NAMORADO, NOIVO, ESPOSO, MARIDO, HOMEM. MEU MEU MEU MEU MEU MEU. Pronome possessivo porque sou possessiva sim, posso não ser com objetos e materiais mas com pessoas sou, não quero que você seja de mais ninguém, quero que seja meu meu meu meu meu MEU. E foda-se se vamos ter pouco tempo juntos devido a diferença de idade, se eu tiver que ser feliz com vc por dez anos, vou ser feliz com vc por dez anos e fim.

Às vezes tenho a impressão de que você vai ser aquela sensação única, que a gente sabe que só vai ter uma vez na vida. Porque amor, amor a gente pode sentir a qualquer hora, mas amor desse jeito que eu sinto com você? Desculpa, não deve existir, não deve ter a qualquer esquina, a qualquer relação, é um troço de outro mundo. Nunca vai ter descrição.

Tudo isso pra dizer que... porra, eu te quero pra caralho. Ontem conversando com a minha prima, ela disse que quando começou a namorar o atual marido perguntou se era pra casar pois ela não queria mais perder tempo, e ela só aceitou namorar porque ele disse que sim. E olha, eu quero casar, entende. E não porque estou chegando nos 30, ou ficando velha, ou quero ser mãe, nada disso. É porque cansei de sofrer por amor, entende? Cansei, não nasci pra isso. Desabafei esses dias que EU NÃO NASCI PRA PERDER AMOR. É sempre um sacrifício, páro minha vida pra sofrer, sou emocional pra caralho, não sei lidar com frustrações, perder amor pra mim é pior do que perder por morte. Morte é definitivo, saca? Amor não. Amor você vê, solto por aí, amando outras coisas, outras pessoas.... porra, que dor do caralho! Eu sou movida a emoções, e isso já trouxe muita merda pra minha vida, mas olha, não me arrependo de nada e tenho orgulho do que sou e do que me tornei, pois me mostra que sou humana. 

Sei lá, enfim, meu ponto é que eu sou louca pra ficar com você, te ter do meu lado todo dia, te ouvir falar 'meu amor' é o ponto alto do meu dia, o som do whatsapp tocando provavelmente é o som mais lindo do mundo, pois toda vez que toca a felicidade é automática, e quando não é você fico frustrada e me pergunto porque esse filodaputa não me escreveu ainda. 

Vou tentar finalizar essa carta de novo. Eu estou/sou louca pra ficar com você, ter você como meu, oficialmente, mas a espera é longa e eu não sei se aguento, eu não sei o que fazer, eu queria que Deus descesse na terra e me dissesse o que fazer,

E olha, eu gosto de receber flores. Só que eu valorizo mais o cartão do que as flores em si (você sabe, gosto de palavras, bem, veja o tamanho dessa carta...). eu disse que não gostava pois convenhamos, quando você perguntou ainda não tínhamos intimidade suficiente e você era apenas um homem que eu gostava muito, mas não esperava casar e passar o resto da vida com. 

Bem, agora eu quero casar e passar o resto da vida com.

anewdawn

Se tem algo que eu não suporto (dentre tantas coisas) nessa vida, são clichês. Mas se tem algo que eu admito, e pra qualquer um, é que eles existem por uma razão: pois são rídicula e completamente verdadeiros.

Pois que venha o clichê de fim de ano e todo esse blábláblá de listas, metas e o cacete que fazem as pessoas analisarem seus próprios instintos, personalidades, erros e acertos. Eu, particularmente, acredito que em algum momento da vida, a reflexão é extremamente necessária. Que seja nas viradas de ano, então. Ou na sua terapia semanal. Ou na sua aula de yoga. Cada um com seu cada qual - desde que fazendo de seu respirar algo que valha a pena, e não somente um relógio girando e as pessoas envelhecendo e não crescendo. Que seja sempre para o progresso - qualquer tipo: espiritual, pessoal, profissional.

E se as minhas reflexões sobre 2012 me deram alguma lição que me faça deixar de ser quem eu sou, então perdoa-me vida!, mas vou ignorá-las com imenso prazer. Nada tira a minha essência e essa eu demorei muito a encontrar. Foram muitos anos de tapa na cara, dúvidas e erros para eu me sentir segura na minha pele da forma como sou hoje. E eu vou continuar seguindo o meu instinto - pois é esse o meu recheio, my guts. O que nem sempre é a realidade, o que pode ser visto a olho nu. Mas uma vez me ensinaram que o essencial nem sempre é visível aos olhos - está na bíblia, está nos poemas de grandes escritores, está em livros de auto-ajuda, está em todos os lugares. E por experiência própria, garanto verdade verdadeira. Às vezes aquela sensação de dúvida, aquele pressentimento é algo maior te dando um aviso e muitas vezes não percebemos. Se parece papo de bêbado ou pisciano sonhador? I don't care. Só sei que levei muita porta na cara por não seguir esse anjinho me dizendo no ouvido para fazer isso ou aquilo, pois teria valido a pena. Lógico que em certas situações também me estrepei por ouví-lo, mas é aí que entra o equilíbrio da vida: saber dosar o bom e o ruim, ser sensato e tomar como aprendizado.

O que eu levo pra 2013? Não confie em ninguém que não coloque a mão no fogo por você. E nunca, em hipótese alguma, permita que alguém te diminua - o seu tamanho é infinito e cada dia deve ser vivido e jogado fora no minuto que você fecha o olho pra dormir. Make it count and trust your guts. No fim, é o que você sente que importa.

E principalmente: é o que você sente que te faz quem é.
No fim, é sempre a partir de sentimentos que formamos quem realmente somos. Se somos otimistas, pessimistas, felizes ou tristes. Se lidamos bem com uma situação ou não. Se usamos do bom senso, ah, o bom senso! Esse que eu tanto prezo e rezo para que a população mundial entenda seu significado. O lance é sempre prestar atenção no seu coração batendo e no que ele diz - pois ele controla sua mente, seu corpo, sua sanidade.

Manter o equilíbrio, eis a questão.