segunda-feira, 18 de novembro de 2013

tohavefaith

Eu tenho um defeito muito grande que é, ao escrever, misturar muitos assuntos e não me estender de fato em algum deles. Estou tentando ser mais calma; e confesso que apesar de todos os pontos negativos do meu atual emprego, ele me deu um pouco mais de paciência e tranquilidade ao pensar/transmitir/focar/planejar. Então, vamo lá.

Nas minhas viagens diárias pelo mundo virtual, encontrei o Doutores da Alegria. Acredito que eu nem precise explicar o que seja, já que eles são bastante conhecidos pelo mundo inteiro. Mas, na própria definição do site: "Os Doutores da Alegria são palhaços que fazem de conta que são médicos para crianças que fazem de conta que acreditam." Porém, não estou aqui para falar deles, e sim dos doentes, não importa se foram atendidos pelos palhaços ou não. No site, existe uma parte de depoimentos de pacientes, divididos por temas. Eu fui direto no 'morte' - que relata a experiência daqueles que quaase foram para o outro lado - e 'religiosidades' - que conta como a religião ajudou no processo da doença e tratamento. Sempre achei esses dois tópicos estranhamente (ou obviamente? depende da mente) ligados. Depois de muito ler e pensar, separei esses dois para citar aqui:

Nome: Beatriz
Memória: Sempre existiu essa fantasia, quem entra em coma, volta, fala o que fez, a passagem toda, não sei o que, vê luz, encontrou não sei o quê. Eu não lembro nada. Eu falei: ”Putz! Se eu tivesse morrido, eu não ia nem ter sabido! Daquela vida!”. Nada, assim, some “Fuuu!”. Desaparece. Ao mesmo tempo eu tenho essa sensação de que houve um momento em que houve uma escolha. Eu disse: “Não. Eu vou ficar”. Então você fala: “Como assim? Onde se processa? Talvez seja em você mesmo”. Muita coisa foi questionada, ao mesmo tempo eu disse: “Eu nunca fui uma pessoa religiosa”. Mas eu falo: “Putz, eu sempre... Eu não acreditei na morte não”. Eu não acreditava na morte eu acho. Porque o fato de ter vivido, e a sensação de solidão. Essa solidão era angustiante. Era uma sensação muita forte de solidão. Eu tinha uma solidão, em algum momento ali, que eu não sei...

Nome: Marlene
Memória: Eu acho que o centro me ajudou muito. Fiz um tratamento espiritual, já tive alta. (...) Passes, só passes. E estou estudando bastante a história de Jesus. (...) Lá a gente fala bastante sobre reforma íntima, que é você quem tem que procurar... Jesus falava que o tesouro dele não estava aqui na Terra. Você tem que colher coisas para seu espírito, para sua alma, porque a matéria, daqui a gente não leva nada. Então o que eu puder colher e fazer o bem, eu vou colher, vou crescer espiritualmente. Isso tem me feito muito bem, esse detalhe da reforma íntima.


Acho instigante. O engraçado, é que até os desacreditados, ao falarem da experiência de colocar um pézinho no céu, citam religiões ou Deus. Só o fato daquele parêntese - 'ah, nunca tive religião' - já diz muito sobre a fé, ou a falta dela. Não sei você, mas quando eu chegar no meu momento decisivo, acho que vou pensar muito no que tem do outro lado. Vou lamentar muitíssimo deixar esse mundo pra trás, e tudo que a vida pode me proporcionar e as pessoas que eu amo; mas, confesso que talvez eu fique excitada e curiosa pra saber o que tem naquela tal luz. E esse lado, está diretamente ligado à fé. Quem não gostaria de acreditar que ao bater as botas, vamos encontrar aquele parente querido que faleceu há alguns anos? Quem não gostaria de acreditar em algum Deus, para no exato momento de acontecer, parar de sentir medo e sentir conforto por saber que a morte não é um bicho-papão?

Essa fé provém não somente de um Deus. Essa fé é a nossa segurança.

A mente é perspicaz. Ela é um emaranhado de enigmas. E eu acredito fielmente que ela é capaz de mover qualquer sentimento - bom ou ruim -, podendo confortar o pior. Pra mim, a fé em Deus [insira aqui o Deus de sua crença] nada mais é do que a fé em si mesmo. O ser humano tem muitas dificuldades no decorrer de sua vida; e às vezes fica complicado ter forças pra pensar positivo, pra solucionar um problema, pra deixar as coisas leves. Pegue uma oração. Uma reza. Um mantra. São palavras ditas com força, com fé que alguém lá em cima vai transformar quem está aqui embaixo soltando a voz. E palavras na mente de uma pessoa tem um poder enorme. Eu creio. E essa força que acabamos pedindo à Deus [insira aqui o Deus de sua crença], acaba sendo a nossa própria força. É a nossa lavanca.

Então, independentemente de religiões, é saudável crer. Crer em algo maior do que nós mesmos. Se Deus existe ou não, eu não sei. Mas, quando chegar a minha hora, eu não quero questionar. Eu quero paz. Eu quero crença de uma continuação.

Solidão não.

27 de agosto de 2009

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

we've come full circle



- "Do you remember me?"
- "Yes, Julia?"

October 13th, Leblon/RJ. I really don't know how long this feeling will last. I keep seeing videos, pics like these, of her giving me a hug and I still think is a joke. No irony intended. I've been through hell this year (no dramas, I'm ok) and to have lived all of this was... nothing will ever pay the feeling of meeting someone - one of them - who inspired you all your life. If it sounds like i'm a groupie? Then let it be! Even for me, I hate this kinda thing. It's more than that: it's admiring, respect, and mostly: GRATITUDE. Yes, music CAN change people's lives. And I wish all the world could feel what I feel when I listen to any note in any instrument... everything good I have in my life today, music gave it to me. So, if this is being a groupie, bring the document and I'll sign it with all the pleasure I have in my soul. Love, respect and admiration. And eternal gratitude for such good feelings that music provides.

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13 de outubro, Leblon. Não sei até quando essa sensação vai durar. Vejo vídeos, ou fotos como essa, dela me abraçando, e parece piada. Sem ironia. Eu passei por um ano do capeta (sem dramas, tô bem) e ter vivido tudo isso foi... nada no mundo paga você conhecer a pessoa — uma delas — que te inspirou a vida toda, ainda da forma que eu tive a sorte de conhecer. Parece tietagem? Que seja então! Até pra mim, que odeio esse tipo de coisa. É mais do que isso: é admiração, respeito, e principalmente GRATIDÃO. A música pode SIM mudar a vida das pessoas. E eu queria que o mundo todo sentisse o que eu sinto quando ouço uma nota em qualquer instrumento... tudo que eu tenho de bom hoje, a música que me trouxe. Então, se isso é ser tiete, traz o doc que eu assino e mando registrar. Amor, respeito e admiração. E eterno agradecimento por tantos sentimentos do bem que transmite.