sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sobre ansiedade, insônia e compaixão

Hoje eu gostaria de falar um pouco do transtorno de ansiedade e o que isso acarreta em nossa vida. Não sou muito de me expor virtualmente - apesar dos inúmeros posts diários em facebook/twitter/instagram, é tudo bem superficial e a minha vida pessoal mesmo é bem guardada. Acredito que tudo tem limites e eu prefiro preservar algumas coisas. Mas quero abrir alguns tópicos para discussão.

Há alguns anos descobri que a minha insônia vinha da ansiedade. E que essa mesma ansiedade gerou alguns (poucos, graças a Deus) ataques de pânico. Tive que recorrer a médicos e tomar ansiolíticos - que ajudaram bastante. Além do companheirismo de uma amiga de infância que passou pela exata situação na mesma época. É sempre bom a gente ter com quem conversar a respeito e ver os pontos em comum. E claro, os contras - às vezes você passa a enxergar algumas situações de outra forma por conta do olhar de outra pessoa. E bom, isso é basicamente a definição de uma terapia.

Não, galera. Insônia não é frescura. Ansiedade não é frescura. Depressão não é frescura.

Por muito tempo em minha vida, tive plena certeza de que o estado depressivo era pura força da mente - se eu realmente quisesse, sairia daquilo de alguma forma. Eu só não sabia que quando chegasse a hora fosse tão mais complicado. Me surpreende muito estudantes da área de saúde física e mental julgar o psicológico de alguém sem saber a real situação que o ser humano está vivendo dentro dele.

É muito, aliás, extremamente! fácil mascarar sentimentos. Como eu sempre disse e vou repetir para o resto da minha vida, existe uma grande diferença entre ser alegre e feliz. Alegre eu sou diariamente, dou risada se uma lagartixa peidar (sem brincadeira). Ser feliz é um pouco mais complicado.

Então eu peço que reflitam sobre o assunto, e antes que julguem a situação de alguém, tentem calçar os sapatos alheios e ver se não te apertam também. E se você convive diretamente com alguém que passa por isso, cara, não brinca com isso não. É coisa séria, bem séria. Já tirou e tira milhares de vida diariamente no mundo inteiro. É uma luta constante e diária - e de frescura passa longe. Bem longe.

E peço também para que reconsiderem caso alguém te aconselhar a procurar ajuda. Nós, que brigamos tanto conosco por dentro, morremos de medo de pedir ajuda - mesmo sabendo que essa é a porta de entrada para a solução de nossos problemas.

Pedir ajuda requer coragem, ser vulnerável então nem se fala. Mas enquanto nos escondermos dentro de sentimentos ruins cobertos por falsas felicidades, é como se a sujeira estivesse indo para debaixo do tapete.

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